Nos últimos dois meses e meio o ensino foi obrigado a reinventar-se regressando ao passado através da telescola ou abraçando o futuro com aulas online. Os professores falam de uma experiência exigente enquanto os alunos parecem ter assimilado bem a mudança. Esta forma de aprendizagem termina a 26 de Junho… por agora.
Foi a 13 de Março o último dia de aulas “normal” em Portugal. A partir daí as escolas encerraram. Das creches ao ensino universitário foram todos para casa sem saber muito bem como lidar com o resto do ano lectivo. A solução surgiu pouco depois: o regresso à telescola para os alunos até ao 9º ano de escolaridade e aulas online para os do ensino secundário e superior. (...)
As aulas são preparadas com bastante minúcia até porque não há margem para erros: “Como gravamos é como fica”, explica Suzana. “É stressante porque as aulas têm de estar completamente sabidas na ponta da língua”. Sente que “a primeira aula foi horrível” por causa desse stress mas “a partir daí comecei a adaptar-me”. Também Elisabete sente que as coisas foram melhorando com o tempo: “Quanto menos fugirmos do guião mais protegidas estamos” perante as críticas. A cada duas semanas vão até Lisboa, à sede da RTP, gravar duas aulas. (...)
Por isso, Joana, jovem natural de Minde, garante que “voltar às aulas presenciais foi muito bom” e que “já tinha saudades de aprender ‘de verdade’”. Para Madalena foi “muito bom poder rever professores, funcionários e amigos” mas revela que “a situação é um pouco incomodativa devido a todas as restrições”. Também Paulo Miguel se mostra feliz pelo regresso à escola mas admite que a situação é “um pouco estranha”, garantindo que todos estão “a fazer os possíveis para nos adaptarmos”. (...)
Elisabete Neves acredita que “os alunos já estão cansados desta rotina porque falta a componente social” e é peremptória: “Um ano inteiro assim não dá”. No máximo, aceita, “poderá ser como apoio”. Pelo mesmo diapasão alinha Suzana Santos: “Como método exclusivo de ensino só em situação de total impossibilidade de os alunos irem à escola”, diz. (...)
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