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20 JUN 2022
OPINIÃO | "Da Luz", por Paula T. Gonçalves
Por Jornal Abarca

Hoje acordei com uma estranha sensação que o importante nos acontecimentos é analisar as coisas com calma e com clareza.

Sobre os últimos eventos que se tem passado entre a Europa, a Ucrânia e a Rússia uma nova luz iluminou o meu espírito.

A América continua a fazer negócios com armas. A Rússia, a Ucrânia, a Europa são agora melhores clientes do que nunca. A América não toma medidas para além de enviar armas. A América de facto continua como a galinha gorda que vai comendo grão a grão.

Esta não é a primeira vez que a América se santifica como ícone da liberdade, polícia do mundo mas acima de tudo como uma senhora que sabe exactamente como deve fazer negócios.

No meio está a Ucrânia, um país que foi iludido por conceitos e ideias de liberdade que de facto nunca se aplicaram ao seu território e que nunca se vão aplicar. Ser forçado a viver na neutralidade, não é característica de país livre. Assim como o Alentejo é o celeiro de Portugal também é a Ucrânia o celeiro da Europa. Um país que tem uma importância estratégico-militar única no mundo inteiro, podendo afectar não só o mercado dos cereais como ter um impacto gigante que já está ter com os recursos energéticos. Acreditou que poderia talvez escolher lados, ser europeia ou mais soviética, acreditou na boa vontade do inimigo e entregou todas as armas nucleares do seu território, no momento do acordo de paz… um erro gravíssimo que a população vai pagar.

O cenário que se avista amigos não é bonito. Vamos assistir todos ao genocídio? Ou vamos ajudar a Ucrânia e esperar por um apocalipse nuclear? O que fazemos?

E se a Ucrânia fosse capaz de negociar os termos da neutralidade com a Rússia? Talvez esta fosse a luz e o caminho para o fim deste genocídio. Eu sei que muitos vão pensar que esta é uma crónica derrotista, é uma crónica dessas de café que muitos podem considerar como um atentado à liberdade. A verdade é que já morreram demasiadas pessoas, a verdade é que não podemos continuar neste caminho porque quem está morto não pode mais ser livre.

Penso agora em Julian Assange e de como continua preso. Penso de como rapidamente a América esqueceu o islamismo e de como encobriu todos os vídeos de violações, crimes, cadáveres em pilhas durante a sua estadia no Iraque… Sabemos que o mundo não é a preto e branco e se tentássemos procurar a luz com os dois? E se de uma vez por todas tivéssemos a coragem de dizer sim… o que aconteceu no 11 de Setembro foi uma resposta aos abusos de todos os direitos humanos no médio oriente. É tempo agora também de descansarmos, de vermos a Ucrânia limpar o rosto de sangue e de se ver exactamente como é ao espelho este país não é, nem nunca foi livre e se algum dia o for vamos ser todos responsáveis por todos os crimes que venham acontecer antes, durante e depois desta consciência de liberdade.

Esta é a luz que quero partilhar com o leitor. Vamos rezar leitor para que a Ucrânia seja de facto neutra porque se atingir o verdadeiro ponto de neutralidade nem russos, nem europeus ou americanos vão conseguir tirar mais proveito.

O leitor pode agora acender uma vela, eu vou fazer isso.

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