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01 DEZ 2007
BARRAGENS E PONTES: METER ÁGUA
Por MARGARIDA TRINCÃO

 

A construção da barragem de Almourol provocaria a inundação das zonas baixas dos concelhos ribeirinhos. O tema vai ser debatido publicamente no dia 12, em Abrantes, no Edifício Pirâmide.

 

O “mar de Abrantes” passaria rapidamente a “oceano” se a barragem de Almourol for por diante. No portal da Câmara de Abrantes estão editados um conjunto de mapas que ilustram o que aconteceria nas freguesias de Tramagal, Rio de Moinhos, São João (Barreiras do Tejo), Rossio ao Sul do Tejo, São Miguel do Rio Torto, Alferrarede e Alvega. A água alastraria a todas as áreas abaixo da cota 31 o que provocaria a inundação das etares e estações elevatórias das referidas freguesias, para além da submersão das estradas nacionais 3, em Rio de Moinhos, e 118, no Rossio ao Sul do Tejo. Também a linha ferroviária no Tramagal ficaria debaixo de água.

Isto para não falar do oneroso investimento do Aquápolis e do açude insuflável que deixaria de servir para o que quer que fosse. Só seria visível se flutuasse e se mantivesse à tona.

Constância não teria melhor sorte. Passar pelo centro histórico só de barco. O nível da água atingiria o primeiro andar dos prédios no Largo do Pelourinho e os equipamentos de lazer, recentemente construídos teriam como utilizadores os peixes.

Uma das soluções apresentadas para minimizar o problema seria a construção de diques. O horizonte para estas populações terminaria em muros de betão e do rio nem sombras.

Planos estratégicos e directivas de desenvolvimento para a região apontam para as potencialidades turísticas do Tejo. Fizeram-se investimentos para devolver o rio às populações. Se os diques são a solução talvez os investimentos para retirar proveitos do maior rio do país indiquem a pesca subaquática ou a construção de miradouros nos pontos altos para admirar o enorme espelho de água sem vislumbrar as paredes de betão.

Subsiste uma vantagem. As barragens, mesmo de linha de água, como é o caso, implicam a construção de um paredão a unir as duas margens do rio. Ou seja, uma espécie de ponte a construir lá para os lados de Constância que diminuiria o trânsito na velha travessia rodoferroviária entre a Praia do Ribatejo e Constância Sul e não alteraria o Plano Rodoviário Nacional que prevê a construção de uma nova ponte no concelho de Abrantes.

O assunto vai ser debatido publicamente no dia 12 (21h00, no Edifício Pirâmide em Abrantes) e a câmara abrantina “está a construir uma posição sustentada e responsável e, no processo de tomada de decisão, terá em devida conta a participação e as posições com que as Juntas de Freguesia e a Assembleia Municipal quiserem contribuir para o processo. Igualmente, terá em consideração a opinião pública, pelo que se convidam todos os cidadãos interessados a assistirem à sessão”.

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