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01 DEZ 2006
LAGARES DO MÓGÃO
Por SILVINO NUNES

 

Os lagares tradicionais têm os dias contados, mas ainda subsistem alguns. No Mógão Fundeiro e Cimeiro, na freguesia de Santiago de Montalegre, a extracção do azeite ainda faz lembrar outros tempos

 

Os lagares tradicionais poderão “ter os dias contados”, se não se adaptarem. Pelo menos é esta a opinião de António Navalho Novo, da Sociedade Lagar do Mógão, Ld.ª, em Mogão Fundeiro, e de José Fernandes, da direcção da cooperativa Legricoop, de Mógão Cimeiro. Ambas as unidades, sedeadas na freguesia de Santiago de Montalegre, Sardoal, produzem azeite de fabrico tradicional, mas com as respectivas estações de tratamento de águas residuais. Em termos de funcionamento, estes lagares funcionam na forma de serviços prestados, ou seja, o cliente paga uma determinada quantia para moer a azeitona e depois leva o seu próprio azeite.

No primeiro lagar tem existido grande dificuldade em escoar a azeitona que entra diariamente. Talvez para combater este problema, na Legricoop existe uma lista de inscrições em que cada produtor sabe o dia que lhe é destinado. António Navalho Novo, refere que “o azeite tem sido de boa qualidade, mas a produção tem sido baixa, pois a azeitona não tem azeite. Na produção a árvore absorveu a água”. Para José Fernandes, em termos de acidez, “até nem tem sido um ano muito mau”.

Sobre as normas de higiene exigidas, ambos têm esse cuidado, mas estão convictos de que “o embalamento só vem criar dificuldades”. Assim, nem um nem outro, tem a intenção de montar uma linha de embalamento.

Quanto ao bagaço, pouco já vai para os porcos. Na Legricoop, grande parte é aproveitado para queimar numa máquina apropriada, aquecendo a água para o funcionamento do lagar. A cooperativa está estável em termos monetários, mas existe a necessidade de substituir a máquina centrifuga, equipamento por onde o azeite passa depois de se separar das águas ruças e antes de ir para o cliente.

Além do lagar, os estatutos da cooperativa prevêem lavrar e adubar terras, mas optaram por não fazer esses serviços.

O actual mandato termina a 31 de Dezembro de 2007. José Fernandes não pensa recandidatar-se ao cargo. Está saturado.

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