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02 FEV 2017
Mação florestal: Por um modelo de paisagem sustentável
Por Jornal Abarca

O primeiro “À conversa com...”, de 2017, teve lugar no dia 27, com António Louro que dissertou “Mação Florestal”. Por tudo o que representa, foi um tema muito participado em número de assistentes e de intervenções.

António Louro é vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, preside à Aflomação - Associação de Produtores Florestais de Mação, e é presidente do Fórum Florestal, a mais representativa estrutura federativa da floresta portuguesa, com cerca de 50 associações e muitos milhares de produtores florestais.

Em Mação, após 2003, tem sido delineado um projecto que visa, sobretudo, um novo modelo de Paisagem Sustentável. António Louro começou por fazer uma abordagem à situação do concelho antes de 2003 em que a atenção estava centrada no combate aos fogos, com estradões, pontos de água na floresta, vigilância, primeira intervenção e combate. Tudo necessário, mas que se verificou insuficiente.

“Olhando para a nossa paisagem, e do país em si, percebe-se que o grande objectivo é voltar ao equilíbrio e à paisagem dos anos 70, voltar a ter uma floresta sem grandes incêndios. Neste momento, não obstante todos os esforços, a carga combustível é tremendamente elevada” pelo António Louro considera “temer que venham aí anos perigosos”.

Apesar dos esforços e dos projectos, já apresentados diversas vezes aos governantes, a mudança tem sido pouca, há muito planeamento, infraestruturas, mas o País continua a apostar mais no combate do que na prevenção. De notar que são gastos em Portugal cerca de 100 milhões de euros por ano no combate aos incêndios, mas as fragilidades que levam aos grandes incêndios estão todas lá.

“O grande drama em Mação é o facto de termos proprietários ausentes, que já não são actores na nossa paisagem”. António Louro referiu que “há 50 anos tínhamos gente nas aldeias, cabras no mato, pomares, vinhas, olivais, cearas e a floresta eram pedaços pequenos em terrenos que não tinham grande produtividade. Havia um equilíbrio, hoje a floresta entra até aos quintais”.

Respondendo à questão “e agora?” António Louro referiu que as áreas ardidas em 2003 estão cheias de material combustível. É necessário efectivar as Zonas de Intervenção Florestal. De referir que as ZIF já criadas tiveram uma resposta de adesão positiva pelos proprietários, mas falta investimento para as “trabalhar”. O almejado novo Modelo de Paisagem Sustentável assenta num Fundo Imobiliário Florestal, um condomínio de proprietários que faz a gestão dos espaços. Trata-se, no fundo, de uma Sociedade de Gestão Territorial que procura viabilizar financeiramente o projecto.

Alguns constrangimentos tem sido ultrapassados com pequenas alterações que vão sendo feitas na Lei mas há outros que permanecem. António Louro exemplificou com a candidatura, feita há três anos, a um projecto para aplicação de Fundos na manutenção das limpezas e infraestruturas que têm sido criadas e ainda não houve resposta.

Recorde-se que o Orçamento da Câmara Municipal de Mação para 2017 contempla apoiar a efectivação das ZIF, de acordo com a legislação que, em breve, entrará em vigor.

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