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01 AGO 2018
Abrantes Cidade Centenária (continuação)
Por Jornal Abarca

“Abrantes Cidade Centenária” que já foi “Abrantes Cidade Florida” e que antes tinha sido “A Notável Vila de Abrantes” (Memória Histórica da Notável Vila de Abrantes de Manuel António Morato e João Valentim da Fonseca Mota – para servir de começo aos Anais do Município; 2.ª edição revista com Introdução , Organização e Notas Críticas de Eduardo Campos, em boa hora mandada reeditar pela Câmara Municipal de Abrantes em 1990).

Quanto à Cidade Florida que já foi, perdeu-se na memória do tempo o “culto” da flor em Abrantes. Foram as janelas floridas, as montras floridas, as sacadas floridas, as ruas floridas e os jardins públicos e privados floridos. Foi a Festa da Flor que promoveu esta agora esquecida tradição da Cidade. Assim morreu um dos ex-libris que promoviam Abrantes e que motivava a visita ao Centro Histórico da cidade, agora quase deserto de flores e de pessoas. Ainda na segunda metade da última década do século passado se tentou substituir a flor natural por flores de papel, copiando o que era tradição em outras cidades e vilas do País, mas que a Abrantes nada dizia e, por isso, em boa hora morreu.

Quanto a Abrantes Cidade Centenária que ao longo dos anos, sobretudo dos últimos cinquenta, foi crescendo ao sabor da iniciativa privada, sem um rumo definido por plano de urbanização devidamente estudado, aprovado, implementado e, como deve ser, alterado de acordo com novos valores, novos procedimentos, nova legislação, como documentos dinâmicos que são.

Assim, temos uma Cidade Centenária com o Centro Histórico “deserto”, a vida a decorrer na sua periferia e com as principais acessibilidades como há quase cem anos!

Há setenta anos fiz em Abrantes, Escola Primária dos Quinchosos, o meu exame da 4.ª Classe do Ensino Primário. Mas, muito antes já a visitava.

Abrantes, no Centro de País, atravessada por três grandes vias rodoviárias, EN2, EN3 e EN118, tinha potencial para ir muito mais além. A única alteração foi a construção da A23 que apenas alterou a EN3, mas com os custos para o utilizador da A23, a EN3 continua a ter mais trânsito do que o previsto.

Quanto à EN2, a sua variante a norte parou no acesso da cidade à A23. A sul nem se vislumbra qualquer projecto ou ideia de variante. Podia o IC9, que parou em Tomar, ser a alternativa, mas com a falta de dinheiro para investimentos nada se pode esperar, a não ser manter o estado actual – do Cabrito à A23 tudo passa por zonas urbanas com trânsito pedonal e automóvel e respectivos perigos!

Em relação à EN118, a variante parou nos limites do Concelho de Abrantes com os Concelhos de Constância e do Gavião! Em Abrantes Concelho continua pelas zonas urbanas de Tramagal, Rossio ao Sul do Tejo, S. Miguel do Rio Torto, Pego, Concavada e Alvega! Em 1991 havia na então JAE um esboço do projecto desta variante de Santa Margarida ao alto da Alvega – limite com o Gavião. Também se terá perdido. Mas com esta variante à EN118 e com a ligação da A23 através da ponte do Tramagal e continuação do IC9 até Ponte de Sor, tínhamos o problema resolvido.

Deste modo e com todos estes “esquecimentos” continuamos a “suportar” o trânsito de pesados por dentro da cidade com todos os inconvenientes que daí resultam para a qualidade de vida dos cidadãos que a habitam.

Muito se tem feito e gasto em Abrantes de há vinte anos para cá, dinheiro da Europa, mas, em meu entender, apenas criámos alguns elefantes brancos que nos vão consumindo o que devia estar a ser investido. A saber: parte da cidade desportiva ligada ao futebol e ao basebol, aquapolis, açude insuflável (em reparação – esperemos que o Mar de Abrantes não volte a trazer consigo o famoso “peixe agulha” que teima em desacreditar a última tecnologia em açudes com comportas em câmaras de ar), novos mercados diários, mensais e anuais. Ah! Já me esquecia, ou não viva eu em Abrantes, e o dinheiro gasto em monumentos férreos!

Há dias um pessoa amiga que vive na capital, mas que gosta de Abrantes e a visita várias vezes ao ano, perguntava-me “então como vai a Cidade da Ferrugem?”!

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