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06 NOV 2018
Nomes. Serão apenas nomes?
Por Jornal Abarca
Pode um nome próprio, além de uma identidade, ser também um desígnio, um destino, como se a pessoa se moldasse e conformasse à representação simbólica de um vocativo e vivê-la?
 
Só nos tornamos propriamente seres humanos quando podemos ser reconhecidos, sem nome seríamos como uma pedra da calçada, um arbusto do monte, um peixe no cardume. Mas um nome não é apenas um nome, há de ter com ele algo de mágico e de único; muito mais que um ato aleatório, a atribuição de um nome próprio há de ser um momento inspirador, uma estratégia de afirmação e de comunicação, algo capaz de converter o seu dono num ganso amargurado ou num sonho de imperador. (...)
 
É tão possível acreditar em abstrato que o nome de alguém não vai ter o mais leve impacto no seu futuro como de se pensar que o nome é tudo. É uma questão de fé: de crer ou não que os nomes têm valor profético. E o busílis é que, face às evidências, a esmagadora maioria de nós deve acreditar que tem. Se não fosse assim por que é que os pais pensam tanto, filtram tantas possibilidades onomásticas, se aconselham e fabulizam tantos nomes próprios antes de crismar o filho com o mais perfeito e o que lhes é mais apropriado? (...)
 
Classes sociais e preconceitos à parte, no ano passado os dez nomes femininos mais registados em Portugal foram por ordem decrescente: Maria (com mais do triplo das menções que o segundo nome), Leonor, Matilde, Beatriz, Carolina, Mariana, Ana, Sofia, Francisca e Inês (com 873 registos); em relação ao setor masculino: Santiago (1914 atribuições), Francisco, João, Afonso, Rodrigo, Martim, Tomás, Duarte, Miguel e Gabriel (1182 vezes). Mas há nomes, com o seu exotismo, que há 60 anos convocariam olhares de esguelha e agora integram o top-100 das listas: Mayara, Safira, Mia, Kyara, Liam, Noah, Dilan. (...)
 
Poderá ler o resto da reportagem na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.
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