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29 NOV 2019
Adelino Pires: "A liberdade é um bem supremo"
Por Jornal Abarca

Adelino Pires é “alfarrabista sempre que posso, escrevinhador sempre que penso”. Aos 63 anos sente-se alentejano de alma, mas não esquece os tempos que viveu no Tramagal. Ao entrar no seu espaço “D’outro tempo” a alma cresce, a memória vive e os sonhos ganham cor. Por ali vêem-se livros, faiança, pintura e algo que não tem preço: a liberdade.

O que é ser alfarrabista?
Antes demais é ter uma paixão e um respeito enorme por todos aqueles que um dia se lembraram de passar uma parte do seu tempo a procurar, a descobrir, a escrever, a investigar, a legar para outros tudo aquilo que me rodeia. É ser um guardião de memórias. Da arqueologia das palavras ou da nostalgia das almas. O ser alfarrabista não é comprar de manhã para vender à tarde, é procurar e descobrir para fazer chegar às mãos certas. Tem de fazer sentido, é uma coisa que se faz com os cinco sentidos. O ser alfarrabista passa pelo contacto com as pessoas, mas também por momentos de alguma clausura. (...)

Aquele cartaz ali [oferta de João Espanhol] não o vende por dinheiro nenhum?
Não. Quando vim para aqui assisti ao seu cair da folha… tenho um grande respeito pelas pessoas. O João Espanhol e a Celina, quando me mudei para cá, estavam no cair da folha. Quando me disseram que o João ia fechar a loja escrevi um texto intitulado “E depois do Adeus”. Um dia ele chamou-me e ofereceu-me aquele cartaz porque sabia que eu gostava dele. Dele, do João. E quando me ofereceu disse: “Ó vizinho, nunca se esqueça de mim!”. Antes disso tinha-me oferecido dois cabos de guarda-chuva com os quais eu fiz um coração, que simboliza a amizade entre nós e o amor entre ele e a Celina, com que eu ilustrei esse texto. (...)

São saberes que fazem falta ao mundo?
O “saber ouvir” é muito importante. Há uns dias o senhor Joaquim Santana, de Riachos, onde agora vivo, abordou-me porque tinha algo para mim. Nunca tinha estado com ele e fez-me chegar, com grande cortesia da parte dele, os primeiros textos que havia escrito. E depois andei com ele pelos campos e passámos a manhã a caminhar, ele conhece aquilo tudo, almoçámos juntos, é um homem com uma vida cheia e aprendi imenso com ele naquele dia. Com essas pessoas eu ouço-as, gosto muito de ouvir. (...)

Poderá ler o resto da entrevista na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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