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16 MAR 2022
OPINIÃO | "Sobre a Geração Gafanhoto", por Paula T. Gonçalves
Por Jornal Abarca

Quando eu era pequena passava continuamente na televisão reportagens sobre a «geração rasca». Os mais velhos acreditavam que os mais jovens eram na altura os jovens que nada sabiam fazer, que nada aprendiam, que de pouco útil se ocupavam. Os mais velhos habituados a trabalhar desde os cinco anos de idade não entendiam como os mais jovens dos 15 aos 23 anos não sabiam cozinhar, lavar e não manifestavam qualquer interesse pelas actividades mundanas… isto tudo no período pré-globalização da internet. A geração dos anos 80 e 90 eram vistos assim.

A minha geração é chamada pelos ingleses de «grass hoper generation» o que quer dizer geração gafanhoto. O nome é devido ao facto de andarmos constantemente a mudar de situação profissional, amorosa e de localização. Os professores portugueses, acredito, são um dos melhores exemplos desse tipo de geração. Como o mercado de trabalho está saturado mudam conforme as horas que podem dar aulas de trabalho. Um dia estava a falar com o meu pai e disse-lhe que ele não sabia nem sonhava com a sorte que teve na vida, uma vez que conseguiu apesar de todas as odes ter uma relação emocional estável por mais de 25 anos, ter dois filhos com a mesma pessoa e acima de tudo e apesar de ter sido emigrante nunca teve impactos significativos no trajecto da sua vida. Eu disse-lhe que a minha geração, era a geração gafanhoto. O meu pai sempre foi uma pessoa muito positiva e só me disse «enquanto se continuar a saltar já não é mau.»

A geração covid vais ser outra completamente diferente. Os nossos filhos tem agora telemóveis e ipads, até a escola é digital, tivemos de aceitar estes maneirismos por causa das vagas do vírus, os nossos filhos não tem mais tempo para brincar na terra e nós e eles temos agora uma relação diferente agora com o «outro», «o estranho» o «desconhecido».

Pergunto-me agora o que vai acontecer com a outra nova geração que vem aí. Uma nova Guerra começou entre a Ucrânia e a Rússia. Vivemos num mundo muito mais digitalizado. Onde se por um lado muitos se manifestam nas redes sociais, outros se matam nas trincheiras sem qualquer tipo de lógica ou sequência comum.

Para onde vamos?

Agradeço ao leitor comum que faça uma análise de consciência e que reflicta sobre a unidade e consciência colectiva.

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